Eduardo Honório assumiu a titularidade de prefeito em janeiro de 2021, após atuar como prefeito em exercício durante o afastamento do titular, Osvaldo Rabelo, por motivo de doença. Como esteve no exercício da função por mais de seis meses antes da eleição de 2020, sua situação é apontada como reeleição e referendada em decisão unânime do TSE após consulta do deputado federal Luiz Benes Leocadio de Araújo (UB-RN) à corte.
Honório, ciente da morosidade da justiça brasileira, planeja lançar oficialmente sua candidatura à reeleição até o prazo final de 5 de agosto. Nesse cenário, o tempo se torna um grande aliado. Com uma campanha de apenas 45 dias, a oposição precisará rapidamente preparar contestações na Justiça Eleitoral e questionamentos ao Ministério Público de Pernambuco para tentar impugnar sua candidatura, algo que o jurídico de Honório acredita que, mesmo que seja feito, não será tratado a tempo, conferindo ao prefeito o deferimento sub judice de sua candidatura até se esgotarem todos os prazos processuais.
Entretanto, a oposição aposta na inelegibilidade de Honório durante a campanha, caso ele realmente seja candidato. Se a Justiça Eleitoral decidir pela impugnação, a análise é que ele não teria tempo suficiente para promover um substituto forte e formar uma nova chapa competitiva.
Aliados do prefeito também têm essa leitura e acreditam que esse é o risco da estratégia de Honório e sua equipe. Em conversas reservadas, aliados esperam convencer o prefeito a fazer a escolha antecipada de um nome que possa representar seu grupo nas eleições, afastando a hipótese de judicialização.
Entretanto, isso levanta questões importantes: Honório terá coragem de arriscar seu futuro político na justiça? Ele já preparou o futuro “vice do seu vice” em caso de sua inelegibilidade?
Essa estratégia de Eduardo Honório em se colocar na disputa é um jogo de alto risco que pode redefinir o cenário político de Goiana nos próximos meses. Apostando no tempo e na morosidade da justiça, ele avança confiante, mas a incerteza judicial coloca um futuro incerto para a estabilidade de seu grupo político.