O pré-candidato a vereador de Jaboatão dos Guararapes, Carlos Santos (PSOL), afirmou que pretende ampliar a discussão sobre o uso medicinal da maconha como política pública de saúde. Segundo ele, “a cidade terá o primeiro vereador a defender o uso medicinal da maconha”. Ainda de acordo com ele, a maconha é uma oportunidade para pessoas que fizeram tratamento com outras medicações e não tiveram avanço.
Carlos defende a importância de desmentir as inverdades sobre a maconha. “Diversos estudos comprovam que a maconha não é porta de entrada para outras drogas. Na verdade, é muito mais uma porta de saída, uma oportunidade para pessoas que já tentaram diversos tratamentos e não tiveram sucesso, e que têm encontrado no óleo de maconha uma forma de alívio ou cura. Isso proporciona um tratamento e uma qualidade de vida que os fármacos comuns não oferecem”, explicou.
O pré-candidato destaca que o debate sobre essa pauta desmente a “extrema direita” quando argumenta que a maconha mata. “Pelo contrário, ela salva vidas, proporcionando uma qualidade de vida que nenhuma outra medicação trouxe. Não estou falando de legalizar ou descriminalizar a maconha no âmbito municipal, pois o vereador não tem essa competência. Agora, o parlamentar deve buscar maneiras para que a população, sobretudo a marginalizada e minorizada, tenha acesso ao básico, pois a saúde é um direito constitucional”, concluiu.
“Quando falamos sobre maconha, enfrentamos muitas barreiras, preconceito e discriminação. Falta informação e há o pânico moral criado pela direita, que afirma que a maconha mata e é a porta de entrada para outras drogas. É preciso coragem para levar essa pauta à Câmara de maneira séria, para evitar que o assunto seja usado como combustível para fake news”, afirmou.
Para além da maconha medicinal, Santos quer discutir o impacto do racismo na política de drogas. “Estamos falando de uma droga muito conhecida, mas na verdade, abordamos todas as drogas. Como a proibição gera um impacto de morte, encarceramento em massa, falta de acesso, discriminação e estigma, principalmente sobre uma população específica. Porque, na verdade, pessoas de todas as classes sociais e idades usam alguma droga, mas apenas algumas são punidas, as pretas e pobres”, argumentou.
“As pessoas criminalizadas pelo uso de drogas são, em sua maioria, negras, pobres, que vivem em áreas que foram sucateadas, violentadas e marginalizadas. Quando falamos do acesso à maconha medicinal, estamos falando de promover esse acesso para quem precisa. No Brasil, a maioria dessas pessoas são pretas, pobres e mães solo, enquanto as pessoas ricas podem pagar R$ 3 mil pelo medicamento importado, pelo óleo de canabidiol”, disse.