O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) relativizou nesta 6ª feira (19.jul.2024) a sua condenação pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral), que o tornou inelegível por 8 anos.
Em ato no bairro de Campo Grande, localizado na zona oeste do Rio de Janeiro, Bolsonaro relacionou os episódios que o levaram a julgamento com ações de ministros do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do próprio presidente, sem citá-los diretamente.
“E como diz aquele petista [sobre mim]: ‘[Está] inelegível’. Por que estou inelegível? Porque eu me reuni com embaixadores. Mas eu não vim para o Rio me reunir com traficantes. A outra inelegibilidade, a de setembro, foi por eu ter um empresário do meu lado, que vocês sabem qual é, que usa terno verde e amarelo. [Eu estava com ele] e não com a dama do tráfico”, declarou.
Bolsonaro relacionou indiretamente o episódio em que Luciana Barbosa, mulher de um líder de facção criminosa no Amazonas, foi indicada pelo Comitê Nacional de Prevenção e Combate à Tortura no Amazonas para participar, em março, de eventos no Ministério da Justiça e dos Direitos Humanos. À época, ela estava associada a uma ONG (Organização Não-Governamental) que defende os direitos dos encarcerados. Ela foi condenada em outubro.
As condenações de Bolsonaro pela Corte Eleitoral tratam dos episódios citados, mas foram deferidas por outros motivos, que não sua associação com Luciano Hang, o “empresário de terno verde e amarelo”, e o fato de se reunir com embaixadores.
Em outubro de 2023, o TSE condenou Bolsonaro por abuso de poder e uso indevido dos meios de comunicação durante a comemoração do 7 de Setembro, data da Independência do Brasil, pouco menos de 1 mês antes do 1º turno das eleições de 2022.
Antes, em junho, a Corte Eleitoral decidiu que o ex-presidente estará impedido de concorrer às eleições até por 8 anos, a partir de 2022. A ação julgada tratava de uma reunião do então chefe do Executivo com embaixadores no Palácio da Alvorada, em julho de 2022. Na ocasião, Bolsonaro criticou o sistema eleitoral brasileiro, as urnas eletrônicas e a atuação do STF (Supremo Tribunal Federal) e do TSE.
BOLSONARO EM VIAGEM O ex-presidente está na capital carioca para se encontrar com o pré-candidato à Prefeitura do Rio e ex-chefe da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) Alexandre Ramagem (PL-RJ).
No ato no calçadão de Campo Grande, Bolsonaro estava acompanhado de seu filho, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e da equipe, mas não do deputado Ramagem.
Em seu discurso, também criticou a TV Globo e o governo Lula, citou o atentado a faca em sua campanha presidencial em 2018, pediu anistia aos presos pelo 8 de Janeiro, e falou de seus feitos no governo.
Fonte: Poder360.