O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse, em entrevista ao jornal O Globo, que espera que seu sucessor no comando da autarquia não seja julgado pela cor da camisa utilizada na hora votar, mas sim pelas decisões técnicas que tomou.
– Quem vai me suceder aqui tenho certeza que vai ter proximidade com o governo atual, que vai participar de eventos do governo atual. E espero que ele não seja julgado por isso. Aliás, eu espero que a pessoa que venha me suceder aqui não seja julgada nem pela cor da camisa com a qual ele votou, nem pelas reuniões que ele fez, nem pelos jantares que ele fez, e sim pelas decisões técnicas que tomou – disse o banqueiro central.
Campos Neto, que votou na eleição de 2022 usando uma camiseta amarela da Seleção Brasileira, disse que hoje “teria feito diferente”.
– O voto é um ato privado. Não acho que seria surpresa, as pessoas não achariam que eu não ia votar desta forma. Teria feito diferente, mas acho que, no fim das contas, a autonomia e a independência se fazem pelo que eu fiz ao longo do tempo no Banco Central. Fizemos a maior alta de juros em período eleitoral dos países emergentes – defendeu.
O presidente do BC reforçou ainda que nunca falou com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), sobre ocupar algum cargo de ministro caso o atual governador seja eleito presidente.
– Nunca falei com o Tarcísio que queria ser ministro de nada. Todas as vezes que discuti com o Tarcísio, o que ele dizia para mim é, “sou candidato em 2030” – disse Campos Neto.
– A gente discute, sou amigo pessoal dele. Foi uma coisa que foi totalmente tirada do contexto e foi colocada uma roupagem política que não houve – complementou.
*AE
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