O técnico Hélio dos Anjos adotou discurso otimista ao analisar a possibilidade de retornar ao comando do Náutico em 2025, substituindo Marquinhos Santos, demitido na última segunda (14). Em contato por telefone com a reportagem, o treinador declarou que as conversas iniciais com o presidente alvirrubro, Bruno Becker, foram positivas, negando que problemas jurídicos relacionados ao passado com o Timbu serão entraves em um possível acerto.
Negociação
“Conversei muito tempo com Bruno. Falamos da parte técnica, do futebol e da organização. Depois passei para minha agente, que passou a discutir o clube. A negociação deu sequência e acho que tem condições de dar certo (o retorno). Acredito que até amanhã podemos definir isso”, afirmou, antes de negar que as ações trabalhistas na Justiça contra o Náutico, após a última passagem pelo Timbu, em 2022, que terminou na saída em justa causa, serão um entrave na vinda.
“Sei que tem essa polêmica natural, mas em momento algum usei isso na negociação. As ações não foram colocadas em jogo. Não usaria isso, principalmente por se tratar do Náutico e de Bruno (Becker)”, indicou. No lado do Náutico, o patamar salarial do profissional é o maior entrave do momento.
Nas redes sociais, boa parte da torcida do Náutico aprovou a negociação do clube com o técnico. Ponto que Hélio dos Anjos não esconde que favorece uma possível vinda.
“Eu fico lisonjeado, é um privilégio você ter isso. Realmente, nas minhas redes, vejo uma uma entrada muito grande de torcedores falando coisas positivas. Isso também aumenta a responsabilidade, mas ela é natural na minha vida. Eu nunca abri mão disso. Eu gosto dessa pressão. Seria pior se eu estivesse sendo cobrado, com os torcedores não aceitando minha indicação. Isso também me motiva a voltar”, declarou.
Caso retorne ao Náutico, Hélio dos Anjos vai voltar a trabalhar com o meia Marco Antônio, que esteve com ele recentemente no CRB, e com o atacante Vinícius, comandado pelo treinador no Timbu, em 2021.
“Conversei com Vinícius um mês antes de ele ir para o Náutico. É um amigo particular que tenho e na época ele me pediu alguns conselhos, mas depois que ele foi ao clube, não conversamos mais”, salientou.
Histórico
Hélio teve quatro passagens pelo Náutico na carreira. A primeira foi em 1993, com apenas 14 jogos no comando do clube, no Brasileirão da época. Depois, retornou na reta final da Série B de 2007, ajudando o Timbu a conquistar o acesso à Série A.
A terceira aparição foi em 2020, também na Segundona, desta vez com a missão de evitar o rebaixamento. Ao conseguir o objetivo, permaneceu no cargo e comandou o Náutico na campanha do título do Campeonato Pernambucano de 2021. Na Série B, fez o Timbu engatar a maior sequência invicta (contando desde o início da competição), mas terminou deixando a equipe após cinco derrotas consecutivas.
Um mês depois da saída, Hélio retornou ao Náutico, mas não conseguiu fazer o clube ascender de divisão. Na passagem mais recente, foram 17 jogos, com oito vitórias, quatro empates e cinco derrotas (não citando o duelo ante o Brasil/RS, na Segundona, quando estava suspenso), entre compromissos pela Série B, Copa do Nordeste e Campeonato Pernambucano. Somando os duelos de 2020, foram 30 vitórias, 18 empates e 16 derrotas.
Fonte: Folha de Pernambuco./Foto: Tiago Caldas/CNC.