Pesquisa do DataFolha, divulgada, hoje, pela Folha de S. Paulo, aponta que para 67% dos brasileiros, a situação econômica do país nos últimos meses piorou. E, com a inflação generalizada dos preços e a queda da renda do trabalho, 63% dos brasileiros sentem que não ganham o necessário para cobrir as despesas do dia a dia. O instituto entrevistou 2.556 pessoas em 181 cidades na quarta-feira (22) e quinta (23). A margem de erro da pesquisa é de dois pontos para mais ou menos.
O instituto aponta que 63% dos brasileiros afirmam não ganhar o necessário e têm problemas financeiros em casa. Desse contingente, 37%, declaram que o dinheiro da família hoje não é suficiente, e que às vezes até falta. Outros 26% afirmam que ganham muito pouco, o que traz dificuldades.
Para os brasileiros que vivem com renda familiar de até dois salários mínimos, 81% declaram sofrer limitações financeiras. Neste recorte, 42% afirmam que a renda familiar não é suficiente, e às vezes falta dinheiro, enquanto 39% dizem que ganham muito pouco e têm dificuldades.
A renda do brasileiro se deteriorou no governo Bolsonaro. No ano passado, o rendimento médio mensal real domiciliar per capita foi de R$ 1.353, o menor valor da série histórica da PNAD Contínua do IBGE, iniciada em 2012.
A inflação é outra marca negativa do governo Bolsonaro. Na pesquisa do Datafolha, 63% declararam que esperam aumento na inflação, 19% apontaram que fica como está, e 13% que vai diminuir.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), inflação oficial do país, acumula alta de 11,73% em 12 meses até maio, sendo a maior para o mês de maio dos últimos 19 anos. Na prévia da inflação de junho (IPCA-15), o indicador geral apontou que todos os grupos de produtos e serviços pesquisados apresentaram alta no mês, demonstrando que a alta generalizada dos preços – puxada pelos sucessivos aumentos nos preços dos combustíveis pelo governo federal – continua forte e corroendo o poder de compra dos brasileiros.
No levantamento ainda, 34% declaram que o poder de compra dos salários vai diminuir, 33% que vai ficar como está e 29% que deve aumentar.
Em relação ao desemprego, que bateu na casa dos 11,3 milhões de brasileiros no trimestre móvel encerrado em abril de 2022, o sentimento da maioria, 45%, é que deve aumentar. Outros 27% declararam que o desemprego deve ficar como está e 23% que deve diminuir.
O instituto também questionou sobre a situação econômica do país. 67% responderam que a situação piorou nos últimos meses. 17% consideram que ficou como estava, 15% que melhorou e 1% não soube dizer.
34% afirmaram que, nos próximos meses, a situação econômica do país vai piorar, enquanto 29% declaram que a situação econômica do país deve ficar como está. Outros 33%, acreditam que a economia vai melhorar nos próximos meses.