O vice-presidente do União Brasil, ACM Neto, defende que o partido entregue desde já os cargos que ocupa no governo Lula (PT), apontando que a legenda não estará ao lado do atual presidente da República nas eleições de 2026. Atualmente, a sigla possui três ministérios na Esplanada.
– Com o passar do tempo e com a aproximação da eleição de 2026, não faz sentido ocupar cargos no governo, tendo em vista que nós não estaremos na aliança do PT e da provável candidatura à reeleição do presidente Lula. Não faz sentido você ocupar cargos no governo, se o seu projeto político é oposto a esse. Isso vai ficar claro na medida em que houver a formalização da federação – disse ele, em entrevista ao jornal O Globo.
– Eu defendi que nunca sequer houvesse qualquer membro do partido integrando o governo. Está muito claro que logo após a formalização da federação, que ocorrerá com a homologação pelo Tribunal Superior Eleitoral, esse assunto terá que ser debatido internamente e decidido. Eu defenderei que nenhum membro ocupe cargos no governo Lula – reiterou.
O vice-presidente do União Brasil disse ser “completamente contrário” à ideia de que o UPB fique neutro nas próximas eleições. Ele defende ser preciso “afirmar a postura de oposição ao projeto do PT e o desejo de construir uma candidatura alternativa para 2026”. ACM Neto, no entanto, admite que há espaço para acordos com o PT a nível estadual.
– É possível. Não creio que seja a expectativa de ninguém obrigar os estados a seguirem necessariamente uma diretriz nacional. Preferencialmente, sim. Obrigatoriamente, não. A depender de qual seja a equação, é preciso respeitar – assinalou.
Questionado sobre o motivo de o governo Lula enfrentar um “momento difícil” com a classe política, ACM Neto avaliou que o presidente “não compreendeu que não foi eleito pelo PT, nem pelas esquerdas”.
– Foi eleito por um eleitor que o rejeitava menos do que rejeitava Bolsonaro, mas ele virou as costas para esse eleitor. Lula governa com o PT e para o PT. E a versão Lula 3 é muito pior do que a 1 e a 2. Eles imaginavam que conseguiriam reeditar programas que deram certo no passado, não conseguiram. A economia patina. E a gente vê um governo que cheira a mofo. Prometeram picanha e cerveja e estão entregando café, carne, gás de cozinha, ovo com preço lá em cima. É tudo isso que faz com que o governo esteja mal e na condição de reprovação que eles nunca tiveram antes. Inclusive no Nordeste – observou.
*Com informações do Pleno News
ACM Neto Foto: Leonardo Prado / Câmara dos Deputados