O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta segunda-feira (26) que está considerando cortar mais 3 bilhões de dólares (cerca de R$ 17 bilhões) em subvenções destinadas à Universidade de Harvard. Segundo ele, o objetivo é redirecionar os recursos para centros de formação profissional em todo o país.
“Estou considerando retirar 3 bilhões de dólares de uma Harvard muito antissemita e passá-los a escolas de formação profissional. Que investimento ótimo e tão necessário seria para os Estados Unidos!”, escreveu Trump na Truth Social, sua rede social.
A declaração é mais um capítulo no crescente embate entre o governo Trump e universidades da chamada Ivy League, especialmente Harvard. Desde que reassumiu a presidência em janeiro, Trump vem intensificando as críticas à instituição, que ele acusa de ser conivente com manifestações contra a ofensiva israelense na Faixa de Gaza e de favorecer interesses estrangeiros, como o Partido Comunista da China.
Nos últimos meses, o governo já havia cortado quase 2 bilhões de dólares (aproximadamente R$ 11,3 bilhões) em subvenções federais destinadas à universidade. Além disso, ameaçou retirar benefícios fiscais, anunciou que deixará de emitir vistos para estudantes estrangeiros da instituição e determinou que aqueles que já estão matriculados se transfiram para outras universidades — sob pena de expulsão do país.
Essa última medida, contudo, foi temporariamente bloqueada por uma juíza federal na última sexta-feira (23), após uma série de ações judiciais contestando sua legalidade.
O governo justifica a pressão com o argumento de que Harvard não enviou a lista de seus estudantes internacionais, uma exigência feita pela administração Trump para, segundo o próprio presidente, “determinar quantos lunáticos radicalizados, todos eles encrenqueiros, não deveriam ser admitidos de novo em nosso país”.
“Estamos esperando as listas de estudantes internacionais de Harvard”, reforçou Trump nesta segunda, novamente pela Truth Social, criticando o que considera um gasto bilionário “desnecessário” com uma universidade que, segundo ele, alimenta o antissemitismo.
A tensão entre o governo e instituições acadêmicas se agravou especialmente após os protestos pró-Palestina em vários campi universitários, considerados pelo governo como atos de radicalização. Além disso, há críticas frequentes de Trump à relação de algumas universidades com intercâmbios acadêmicos envolvendo a China.
A possível retirada de mais recursos de Harvard e a redistribuição para escolas de formação profissional reforçam a aposta política de Trump na valorização do ensino técnico como alternativa às instituições tradicionais, que ele frequentemente critica como elitistas e ideologicamente enviesadas.
*Com informações da Agência EFE