O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) está sob investigação por suposta atuação nos Estados Unidos contra o ministro Alexandre de Moraes, do STF, e outras autoridades brasileiras. Quem acompanha o caso acredita que, se Eduardo voltar ao Brasil, o passaporte dele pode ser apreendido para impedir que ele saia do país novamente enquanto responde às acusações.
A apreensão do passaporte é vista como uma medida cautelar para evitar que ele fuja da Justiça, já que o inquérito aberto na última segunda-feira apura se o deputado praticou coação contra integrantes do sistema judiciário. Esse tipo de medida já foi aplicada ao ex-presidente Jair Bolsonaro, cujo passaporte foi confiscado em fevereiro de 2023 durante uma investigação sobre um suposto golpe após as eleições de 2022.
Segundo a Procuradoria-Geral da República, Eduardo tem feito declarações públicas e postagens nas redes sociais pedindo que o governo dos EUA imponha sanções contra ministros do STF, integrantes da Polícia Federal e da PGR, acusando-os de perseguição política. Entre as sanções defendidas por ele estão a cassação de vistos, bloqueio de bens e a proibição de relações comerciais com americanos.
As manifestações de Eduardo têm um tom considerado intimidatório e se intensificaram à medida que avança a investigação sobre a ação penal contra seu pai, acusado de liderar uma organização criminosa que ameaçou o Estado Democrático de Direito após as eleições de 2022.
Procurado, Eduardo ainda não respondeu, mas em entrevista recente afirmou que só voltaria ao Brasil “com Moraes sancionado pelas autoridades americanas” e que não pretende enfrentar “pena de 12 anos na cabeça”.
O ministro Alexandre de Moraes, que autorizou a abertura do inquérito, também determinou que a Polícia Federal monitore as redes sociais de Eduardo e colha o depoimento do ex-presidente Jair Bolsonaro, que declarou ser o responsável financeiro pelo filho nos EUA. Moraes autorizou ainda que o deputado preste esclarecimentos por escrito.
*As informações são do Jornal O Globo