O ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), foi sorteado para relatar três diferentes notícias-crime contra o presidente Jair Bolsonaro por ter admitido que interferiu no Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) a fim de favorecer o empresário Luciano Hang, seu apoiador.
Bolsonaro pode ser processado por prevaricação e advocacia administrativa. As ações são de autoria dos senadores Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e Alessandro Vieira (Cidadania-SE), e da deputada federal Natalia Bonavides (PT-RN).
Na última quarta-feira, durante discurso realizado no evento Moderniza Brasil, realizado na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Bolsonaro confessou ter mandado “ripar” servidores da autarquia que estariam dificultando a realização de um empreendimento de Hang.
Na live na última quinta-feira, o presidente tentou defender a interferência no Iphan. “Mandei investigar e cheguei à conclusão de que o pessoal do Iphan teria que ser trocado. Vocês votam no presidente para deixar tudo como está ou para mudar alguma coisa?”, indagou.
Na ação movida por Randolfe, ele classifica como incompatível a “demonstração patrimonialista do presidente, que parece não ver qualquer diferença entre seus interesses pessoais”. Já a de Alessandro Vieira salienta que “a declaração do presidente da República, por si só, já indica a suposta prática do crime de advocacia administrativa, ao patrocinar interesses pessoais e privados na gestão da máquina pública. Tal suspeita fica ainda em maior evidência quando verificado que efetivamente houve exonerações no órgão no mesmo período”.
Radar Político365 com informações do DiárioPE