Na noite de 27/08/2022, no espaço cultural ATELIÊ VALCIRA SANTIAGO, o CLAG – Clube de Leitura e Artes de Goiana – PE realizou mais uma etapa do projeto “Circuito de Saraus Poéticos”, uma iniciativa que é resultado de uma parceria entre o CLAG e o Ateliê Valcira Santiago. O evento, que foi um misto de apresentações musicais e declamações poéticas, a exemplo das outras etapas do circuito, foi uma homenagem a figura eminente da cultura goianense: a celebrada, desta vez, foi a deputada e professora Kátia Cunha. “Justifica-se convidar Kátia para ser homenageada em razão da postura dela, de apoiar, acompanhar e prestigiar os grupos artísticos e fazedores de cultura de nossa Goiana”, explica Severino Ramos (Bill), presidente do CLAG. “Foi um evento de caráter apenas cultural, nunca de natureza política. Quando Kátia foi convidada, esclarecemos sobre isso e ela entendeu perfeitamente, na verdade, considerou prudente e positiva nossa decisão”, esclarece Edivaldo Lima (Edivaldo Cordelista), vice-presidente do CLAG.
Pelo CLAG, participaram do evento os já referidos Bill e Edivaldo Lima, bem como o folclórico poeta e professor Bomfim e a superanimada cantora e poetisa Flávia Maria da Silva. Representando o Ateliê Valcira Santiago, estavam presentes a própria artesã Valcira Santiago; seu irmão, o cantor e compositor, Valfrido; sua esposa, a Prof.ª Ana; e a assistente de Valcira, Jucilene Borges da Costa.
A comitiva de Kátia Cunha foi composta por Paulo (primo da deputada), Maria Eduarda, Winglid Wenegal, Diana Firmino, Nico, Professora Li, Tonho Oião, Ana Carla Lemos e Raul. Os primeiros citados são ativistas sociais ligados a Kátia. Raul (apelido de Ivanildo Soares da Silva) é presidente da Associação de Agricultores do Engenho Novo (no território da extinta Usina Nossa Senhora das Maravilhas), que veio acompanhado por sua esposa, Erlândia Maria de Oliveira.
Além de todos estes, também esteve presente a cantora Mônica Maria da Silva e outros populares.
Sobre o quantitativo do público presente ao evento: “estamos muito contentes pois o público, em termos numéricos, aumenta a cada evento: quando fizemos o primeiro sarau aqui, há cerca de um mês, nossa audiência era pequena, mas veja só hoje em dia que diferença!”, analisa o poeta e professor Bomfim.
Durante o evento, Valfrido Santiago encantou a todos com suas músicas autorais e concluiu sua apresentação, como de costume, cantando a música “Farei”, que é baseada no poema do goianense Ademauro Coutinho.
Bill apresentou o evento e, entre as músicas e apresentações dos colegas poetas, recitou “Para Val e Val”, um poema de sua autoria que foi um agradecimento do CLAG a Valcira e Valfrido Santiago que gentilmente cedem este espaço para os saraus do Clube. Além desta, ele recitou também outras poesias por ele compostas, entre elas a romântica A Chave, bem como outras, a maioria delas, trovas, entre as quais sua favorita, uma que ele chama, informalmente, de Goiana é Minha Terra, desde que trovas não têm título.
Edivaldo Lima recitou inicialmente duas poesias por eles escritas, uma em homenagem a Kátia Cunha e outra para o cantor goianense Rosildo Oliveira, que aniversariou recentemente, bem como outros poemas de sua autoria, entre eles “Desencontro de Querer” e “Minha Companheira Poesia”, que são consideradas como clássicos do cancioneiro poético goianense. Edivaldo também fez uso do microfone para emitir notícias sobre o CLAG ou notas pertinentes ao Clube, como, por exemplo, para lembrar aos presentes da missão do Clube, agradecer a presença e apoio do público e lembrar o lema do CLAG: Poesia e Arte são Luz e Vida.
O Prefº. Bomfim, também chamado por seus pares de “O Poeta dos Curiós” e “Um dos Sábios da Poesia Goianense”, declamou seu poema narrando a biografia de Kátia Cunha, no que foi muito aplaudido por todos e causou grande emoção à homenageada. O Poeta dos Curiós também recitou “Pernambuco Só Tem 3 Casas”, “O Raio-X da Cidade e Goiana”, “Cidade Imperial”, três poemas de sua autoria que também já são considerados clássicos do cancioneiro poético goianense. O público se animou e cantou junto com ele quando Bomfim mostrou sua letra para o Hino de Tejucupapo, que ele está compondo. Apesar de solicitado pelo público, esse Sábio da Poesia Goianense optou por não cantar seu já bem conhecido Coco do Coco, pois, conforme explicou, está aprimorando a letra.
A poetisa e cordelista Flávia Maria da Silva, além de recitar um de seus cordéis, também cantou, em parceria com a cantora Mónica Maria da Silva e com a deputada e professora Kátia Cunha, num trieto que arrancou aplausos do público. Muito simpática e carismática, Flávia até ganhou da audiência um novo nome artístico: foi aclamada com a frase Flávia Flavinha Flavia.
Como houve membros do CLAG que não puderam vir ao evento, alguns por residir em outra localidade ou por questões de saúde, o Clube exibiu áudios gravados com poemas desses poetas ausentes. O áudio com uma poesia de Auriedna Freire, da cidade de Ferreiros, sobre a luta da mulher na sociedade, foi aplaudido efusivamente pela plateia, como também o foi a música Elogio à Mulher, num áudio com a canção composta e cantada pela poetisa e cantora olindense Laura Sivini, também membro do Clube. Todos mostraram-se muito impressionados com essa bela canção, particularmente a comitiva de Kátia Cunha.
Também foi uma surpresa para todos o áudio com a poesia “O Que Eu Sou?”, da poetisa de Marechal Deodoro-AL, a professora Vânia Souto, em que ela se define poeticamente, com ênfase no aspecto ser mulher. Vânia é uma promissora candidata a entrar no Clube.
Como outra atração da noite, foram exibidos os áudios das canções “Ghazal da Tristeza”, com letra de Ivanilda Nunes e “Não me Deixe Aqui”, com letra de Edivaldo Lima, ambas na voz do mitológico Elias Batista. Ambas músicas são ghazals, uma forma de poesia de origem árabe que remonta ao século VII, o tipo de poesia mais antigo ainda praticado, que é transformado em música no sudeste da Ásia. O CLAG trouxe o ghazal para goiana e esta forma de poesia e sua versão em música tem agradado ao gosto do goianense. Em tempo: Ivanilda Nunes e Elias Batista são membros do CLAG.
Questionados pela equipe do Mata Goiana, os membros do CLAG consideraram o evento como “muito proveitoso e bem sucedido”. O Clube esclareceu que está realizando de 2 a 3 saraus por mês ou no Ateliê Valcira Santiago ou na sede do IHAGGO-Instituto Histórico Arqueológico e Geográfico de Goiana, nos quais sempre homenageia uma personalidade da cultura goianense.
Fonte: Mata Goiana.
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