A Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) condenou, na quarta-feira, 12, a Rússia pela anexação ilegal de quatro regiões parcialmente ocupadas na Ucrânia – Donetsk, Luhansk, Kherson e Zaporizhia – e pediu a todos os países a não reconhecerem a medida, reforçando o isolamento diplomático internacional de Moscou desde que invadiu seu vizinho. Com ampla maioria dos votos, contando com o do Brasil – que tem optado por se abster -, eles aprovaram a resolução que condena a decisão de Vladimir Putin. O resultado, inflige uma nova derrota diplomática a Moscou, que havia vetado uma resolução semelhante no Conselho de Segurança no fim de setembro. A resolução, apresentada por Albânia e Ucrânia e co-patrocinada por cerca de 70 países, foi aprovada por 143 votos a cinco (Rússia, Belarus, Coreia do Norte, Nicarágua e Síria) e 35 abstenções. A China, assim como a Índia, que realiza certos apoios à Putin, mais uma vez, preferiram por se abster da votação. Segundo a resolução, a anexação das regiões de Donetsk, Kherson, Luhansk e Zaporizhzhia é “uma violação da integridade territorial e soberania da Ucrânia e incompatível com os princípios da Carta da ONU”. Ela também exige que a Rússia reverta as decisões sobre as regiões citadas.
A embaixadora dos EUA na ONU, Linda Thomas-Greenfield, havia pedido aos países da organização que enviassem uma mensagem contundente de que “o mundo não irá tolerar que um país se aproprie de terreno de um vizinho à força”. “Hoje é a Rússia que está invadindo a Ucrânia, mas amanhã o território de outra nação pode ser violado. Pode ser você. Você pode ser o próximo”, advertiu os presentes. Com a resolução, a comunidade internacional envia “uma repreensão sonora à Rússia por sua agressão à Ucrânia”, destacou o chefe da diplomacia americana, Antony Blinken. Essa é a terceira derrota que a comunidade internacional inflige à Rússia na ONU desde que o país invadiu a Ucrânia, em 24 de fevereiro de 2022, e coincide com uma nova escalada dos bombardeios indiscriminados contra civis e a infraestrutura civil ucraniana. Apesar do cansaço que muitos países do sul haviam demonstrado pelo fato de o conflito na Ucrânia dominar a agenda internacional, deixando de lado outros problemas que consideram de importância vital, a União Europeia, principal defensora da resolução, e os Estados Unidos marcaram nova vitória diplomática contra Moscou, que permanece isolada em sua guerra. “A Rússia se isolou. Ela é a única que pode interromper o sofrimento. É hora de encerrar a guerra já”, declarou a embaixadora britânica, Barbara Woodward, após a votação.
O representante da Austrália, uma das várias a falarem durante a reunião, classificou os referendos feitos pela Rússia no final de setembro como vergonhoso. “Os referendos da vergonha da Rússia em áreas ocupadas na Ucrânia não têm efeito legal. São uma escalada perigosa”, disse o representante da Austrália. O representante do Chile, por sua vez, ressaltou a importância da soberania dos países. “A soberania, a independência e a integridade territorial de cada país-membro das Nações Unidas devem ser respeitadas e cumpridas”, disse. Nos pontos discutidos nesta quarta, a ONU também voltou a exigir que a Rússia revogue a decisão de 21 de fevereiro, quando concedeu independência da Donestsk e Luhansk. “A resolução exige que a Federação Russa imediata e incondicionalmente reverter suas decisões de 21 de fevereiro e 29 de setembro de 2022 relacionadas ao status de certas áreas das regiões de Donetsk, Kherson, Luhansk e Zaporizhzhia, uma vez que são uma violação da integridade territorial e da soberania da Ucrânia” e voltou a pedir que as tropas russas sejam retiradas do território ucraniano. Essa decisão vem em uma semana em que o conflito no Leste Europeu está em uma nova escalada, já que a Rússia voltou a bombardear a capital ucraniana em resposta aos avanços conquistados desde o começo de setembro e a destruição de uma ponte que liga a Rússia à Crimeia no sábado, 8. Apesar de das tropas de Zelensky não terem confirmado a autoria do ataque, russos acredito que sejam eles que tenham bombardeado o local.
*Radar Político365 com informações da Jovem Pan.
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