O governo da Argentina declarou nesta sexta-feira (12) o grupo Hamas como uma organização terrorista internacional, de acordo com um comunicado do escritório do presidente do país, Javier Milei. A nova definição para o Hamas na Argentina foi inscrita no Registro Público de Pessoas e Entidades Vinculadas a Atos de Terrorismo e seu Financiamento (Repet).
– O Hamas reivindicou a responsabilidade pelas atrocidades cometidas durante o ataque a Israel em 7 de outubro do ano passado – diz o comunicado, que também cita “uma extensa história de ataques terroristas” cometidos pelo grupo.
O ataque a civis em Israel em 7 de outubro de 2023 por membros do Hamas infiltrados deixou cerca de 1,2 mil pessoas mortas em solo israelense, e mais de 250 foram sequestradas. O ataque – no qual foi morto o maior número de judeus desde o Holocausto – desencadeou uma guerra na Faixa de Gaza.
Desde o início do embate, cerca de 100 pessoas ainda são mantidas como reféns em Gaza, incluindo duas crianças com menos de cinco anos e cerca de 20 mulheres. Outros 43 sequestrados foram confirmados como mortos.
A mudança de classificação do Hamas pela Argentina ocorre poucos dias antes do 30° aniversário do ataque terrorista ao prédio da Associação Mutual Israelita-Argentina de Judeus (AMIA) em Buenos Aires, que matou 85 pessoas e feriu 300 em 18 de julho de 1994. A Argentina já havia sido palco de um ataque à embaixada de Israel em 1992.
No texto em que anuncia a inclusão do Hamas entre os grupos terroristas, o governo argentino diz que, desde que assumiu o cargo, Milei mudou o foco da política externa argentina em direção a Estados Unidos, Israel e ao que define como “mundo livre”, e aponta que a atual gestão tem um “compromisso inabalável de reconhecer os terroristas pelo que eles são”.
O comunicado aponta ainda que o governo Milei reiterou sua “convicção de que a Argentina deve voltar a se alinhar com a civilização ocidental, respeitando os direitos individuais e as suas instituições”, razão pela qual considera “inadmissível que aqueles que realizam ataques contra a Argentina não sejam declarados como o que são: terroristas”.
*EFE