Nesta segunda-feira (5), a Associação Internacional de Boxe (IBA) realizou uma coletiva de imprensa para falar sobre a desclassificação das lutadoras Imane Khelif, da Argélia, e Lin Yu-ting, de Taiwan. Segundo a instituição, os testes genéticos realizados nas atletas comprovam que elas não são mulheres biológicas.
A entidade informou que os testes foram feitos após reclamações de vários treinadores. Foi o laborátio Sistem Tip Laboratory, de Istambul, que colheu os exames em 17 de maio de 2022 e ofereceu os resultados em 24 de maio daquele mesmo ano, revelando então que as amostras genéticas “não correspondiam aos critérios de elegibilidade para eventos femininos da IBA”.
– A situação era completamente nova para o boxe, e a IBA, após inúmeras consultas, decidiu conduzir um segundo teste antes de desqualificar os boxeadores – diz a associação.
Em março de 2023 novos testes foram realizados nas duas boxeadoras; desta vez no Dr. Lal PathLabs, de Nova Déli, e os resultados foram os mesmos.
– Esses testes afetam a vida privada da pessoa em questão e constituem informações médicas protegidas como dados pessoais. Não temos permissão para publicar esses documentos sem o consentimento da pessoa em questão. No entanto, tanto Imane Khelif quanto Lin Yu-ting receberam uma cópia desses testes e nunca contestaram. Eles sabem que esses testes existem e não são falsos – completa a nota no site da IBA.
Sobre a questão de diferenças de desenvolvimento sexual, a IBA diz que considera perigosa para a saúde e segurança das boxeadoras permitir que atletas com essa condição lutem contra elas. Por isso, em 2023 a entidade mudou suas regras e determinou que as competições da IBA serão conduzidas apenas entre atletas do sexo masculino e entre atletas do sexo feminino.
Em outro ponto, eles deixam claro que usam a definição de homem e mulher de acordo com os cromossomos XY (masculino) e XX (feminino).
– A IBA não quer comentar a vida privada de uma pessoa. Para a IBA não importa como Imane Khelif e Lin Yu-ting se identificam, e o que está escrito em seus passaportes. A principal preocupação da IBA é que seu desequilíbrio hormonal lhes dá uma vantagem distinta sobre suas contrapartes femininas dentro de suas respectivas categorias de peso. Pode ser perigoso para outras boxeadoras que já vimos durante os Jogos Olímpicos.
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