O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky deu novas declarações sobre Lula (PT) e questionou a união do petista com China, Coreia, Rússia e Irã. Os comentários foram feitos durante entrevista ao apresentador da TV Globo, Luciano Huck, que viajou para a Ucrânia. O conteúdo foi publicado no jornal O Globo.
Para Zelensky, Lula vive “as narrativas da União Soviética”.
– Ele vive as narrativas da União Soviética. É uma pena. Ele pensa na Rússia como se hoje ainda existisse a União Soviética. A China é um país democrático? Não. E o que dizer sobre o Irã? É um país democrático? Não. E o que dizer da Coreia do Norte? Eles não são países democráticos. Então, o que o Brasil, um grande país democrático, faz nessa companhia? Eu não consigo entender esse círculo de países. É normal quando você tem relações econômicas, mas estamos falando sobre uma guerra, não é sobre relações econômicas. É sobre geopolítica, é sobre valores, é sobre pessoas. É sobre democracia, propósito e liberdade. O que um país democrático e livre como o Brasil está fazendo junto com países que não respeitam esses valores? Quem vai ganhar essa queda de braço? O Brasil vai engolir esses quatro aliados ou esses quatro aliados vão engolir o Brasil? – falou.
Zelensky também foi questionado sobre o fato de o Brasil não tomar partido e alegar neutralidade em relação conflito entre Rússia e Ucrânia. Huck quis saber qual a opinião do líder ucraniano após o presidente brasileiro ter dito que “não há razão para procurar culpado na guerra”.
– Isso é apenas retórica política. Não é uma fala honesta. Não é honesta nem conosco nem com o povo brasileiro. Porque todo mundo sabe quem iniciou essa guerra. A equipe dele trouxe uma resolução para nós, antes do “encontro pela paz” que organizamos, mas o Brasil não quis vir, o presidente Lula não quis vir. Foi uma pena. Eu me reuni com o time dele algumas vezes, mas até agora eles não se uniram a nós na busca de uma solução. Por outro lado, eles se somaram ao plano chinês. O primeiro-ministro Modi, da Índia, esteve aqui há dois dias e me perguntou: “Qual seu pensamento sobre o plano chinês?”. E eu disse que não é um plano. É apenas uma declaração política, só para dizerem que não estão alheios à guerra —mas é apenas algo no papel. Eu entendo apenas propostas concretas e honestas. Eu falo pelas nossas vítimas, pelos nossos mortos. Então, se você quer nos ajudar a parar a guerra, ou nos ajudar a fazer com que o Putin pare com a guerra, nós temos que nos unir – respondeu.
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