O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que em nenhum momento discutiu a possibilidade de aplicar um suposto golpe de Estado para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A fala foi proferida durante uma entrevista coletiva na tarde desta segunda-feira (25), quando retornou à Brasília depois de um período na Região Nordeste.
– É como o Temer disse hoje. O Temer disse uma obviedade: golpe de Estado tem que ter a participação de todas as Forças Armadas, senão não é golpe de Estado. Ninguém dá golpe de Estado em um domingo, em Brasília, com pessoas que estavam aí com Bíblias debaixo do braço e bandeira do Brasil na mão, nem usando estilingue e bolinha de gude e muito menos batom. Não tinha um comandante. […] Vamos tirar da cabeça isso aí. Ninguém vai dar golpe com um general da reserva e meia dúzia de oficiais. Da minha parte nunca houve discussão de golpe – disse.
E continuou:
– Se alguém viesse conversar sobre golpe comigo eu ia dizer: “Tá, tudo bem, e o after day [dia seguinte]? Como fica o mundo perante a nós?”. Agora todas as medidas possíveis dentro das quatro linhas, dentro da Constituição, eu estudei – afirmou.
O ex-presidente afirmou que a palavra golpe “nunca esteve” em seu dicionário.
– Não faço e jamais faria algo fora das quatro linhas – resumiu.
No documento enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), na última quinta-feira (21), a PF indiciou Bolsonaro e outras 36 pessoas – entre elas os generais Augusto Heleno (ex-chefe do GSI), Braga Netto (ex-ministro da Defesa e vice de Bolsonaro na chapa de 2022) e Paulo Sérgio Nogueira (ex-comandante do Exército).
Também foram incluídos na lista o ex-comandante da Marinha, almirante Almir Garnier Santos; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro tenente-coronel Mauro Cid; e o ex-ministro da Justiça Anderson Torres.
Fonte: Pleno News.