A ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro, afirmou que ela e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) estão passando por “ perseguições“, durante participação em seminário do PL (Partido Liberal) nesta sexta-feira, 21.
“E por isso que ele está aqui, passando por tantas dificuldades e tantas perseguições. Nunca mais tivemos um dia em paz. Mas louvado seja Deus, porque nessa luta, nesses dias tão difíceis, o senhor tem nos forjado e nós estaremos de pé”, disse.
No discurso, Michelle não citou diretamente a denúncia da PGR (Procuradoria-Geral da República), em que Bolsonaro é acusado pelos crimes de golpe de Estado, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa.
A ex-primeira-dama definiu o marido como “futuro presidente” e disse que ele não tem projeto de poder.
“Obrigada também ao nosso ex e futuro presidente, Jair Messias Bolsonaro, e todo apoio que ele tem nos dado para que nosso trabalho siga firma e adiante. Homens e mulheres seguindo firmes fortes e edificando a nossa nação, que Deus abençoe a cada um de vocês”, afirmou.
Denúncia
Bolsonaro e mais 33 pessoas foram denunciados nesta terça-feira, 18.
No caso do ex-presidente, o PGR atribuiu a ele o cometimento de cinco crimes.
O SR. JAIR MESSIAS BOLSONARO pelos crimes de liderar organização criminosa armada (art. 2º, caput, §§2º, 3º e 4º, II, da Lei n. 12.850/2013), tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito (art. 359-L do CP), golpe de Estado (art. 359-M do CP), dano qualificado pela violência e grave ameaça, contra o patrimônio da União, e com considerável prejuízo para a vítima (art. 163, parágrafo único, I, III e IV, do CP), e deterioração de patrimônio tombado (art. 62, I, da Lei n. 9.605/1998), observadas as regras de concurso de pessoas (art. 29, caput, do CP) e concurso material”, denuncia o PGR.,
Previsão do julgamento
O Supremo Tribunal Federal (STF) espera julgar a denúncia contra Bolsonaro pela trama golpista ainda em 2025.
Segundo a Folha de S.Paulo, o objetivo dos ministros da Corte é evitar uma possível contaminação nas eleições presidenciais de 2026.
Para atender o prazo, parte do gabinete do ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, ficará reservada à análise da denúncia.
Deve haver também uma mudança na agenda da Primeira Turma, responsável por julgar os denunciados.
“O cenário ideal para quatro ministros consultados, sob reserva, é a conclusão dos processos envolvendo Bolsonaro este ano. Para isso, eles projetam que o julgamento deveria ocorrer no primeiro semestre —no mais tardar, no início do segundo semestre—, para permitir que recursos se prolonguem até o fim do ano”, diz o jornal.
Fonte: O Antagonista.