Em uma decisão que mistura fé com política, o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), sancionou nesta quinta-feira (12) uma lei que nomeia oficialmente Jesus Cristo como guardião do estado. A medida, publicada no Diário Oficial, foi proposta por um grupo de parlamentares da base religiosa da Alerj e já está em vigor.
Assinam o projeto os deputados Tia Ju, Carlos Macedo, Samuel Malafaia, Chico Machado, Rodrigo Amorim, Danniel Librelon, Rodrigo Bacellar e Marcos Muller — todos ligados a partidos do campo conservador e evangélico. Na justificativa, os autores exaltam a figura de Cristo como símbolo de proteção e amor ao próximo. “Jesus dedicou sua vida aos pobres, aos oprimidos, e entregou sua vida para salvar a humanidade”, afirmam os deputados.
A proposta afirma que o Rio de Janeiro “precisa ser guardado por Aquele que se dispôs a entregar a própria vida para nos salvar” — em alusão direta à missão redentora de Cristo, segundo a fé cristã.
Apesar de sancionar a lei, o governador vetou um trecho que obrigava o Executivo a prestar anualmente honras de Estado a Jesus Cristo. Segundo Castro, esse artigo extrapola as atribuições do Legislativo e invadiria a autonomia do Executivo.
A medida, como era de se esperar, provocou reações nas redes sociais e no meio jurídico. Críticos apontam que a lei desrespeita o princípio do Estado laico e reforça uma sobreposição religiosa nas decisões políticas. Já os apoiadores argumentam que a homenagem é simbólica e representa a fé de grande parte da população fluminense.
Enquanto uns veem a nomeação como gesto de fé em tempos difíceis, outros a enxergam como cortina de fumaça em meio aos graves problemas enfrentados pelo estado, como violência, crise econômica e desigualdade social.
*Com informações do Pleno News