A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou nesta quarta-feira (29) que todas as mulheres têm o direito de decidir sobre seu corpo e sua saúde, diante da proibição do aborto decidida nos Estados Unidos. Ele considera a decisão da Suprema Corte americana um “retrocesso”.
– Todas as mulheres devem ter o direito de decidir quando se trata do seu corpo e sua saúde. Ponto final – enfatizou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.
Ele deu declarações durante uma entrevista coletiva, na qual abordou diversos temas de saúde de interesse internacional.
Tedros comentou que não há dúvida de que restringir o acesso ao aborto “leva mulheres e meninas a optarem por abortos inseguros, resultando em complicações e até a morte”.
A OMS indicou que essa posição “não se baseia em hipóteses”, mas em múltiplas investigações e evidências científicas.
– Limitar o acesso ao aborto seguro custa vidas e tem um maior impacto nas mulheres das comunidades mais pobres e marginalizadas – disse o diretor da OMS.
Ghebreyesus considerou que, no debate contra o aborto, aqueles que são contra o procedimento “tendem a simplificar” o que significa ter ou não acesso a esse procedimento médico, e que deve ser entendido que além do direito de escolha, “o que está em jogo é a própria vida” das mulheres. Ele insistiu que proibir o aborto não reduzirá esse ato, mas levará as mulheres a fazê-lo em condições que poderão custar a vida.
*EFE